Lesões ligamentares causadas por entorses de repetição não tratadas adequadamente são a principal causa da instabilidade no tornozelo
O tornozelo é uma das articulações mais importantes do nosso corpo, responsável por sustentar o peso corporal e permitir uma grande amplitude de movimentos, entre eles os de flexão e extensão do pé (movimento para cima e para baixo), fundamentais para a execução de diversas atividades do dia a dia.
Por ser uma articulação muito exigida, o tornozelo está sujeito a traumas e entorses, levando a lesões ligamentares que, se não tratadas, podem ocasionar instabilidade crônica e deixar o tornozelo frouxo no longo prazo.
No artigo de hoje, vamos falar sobre como é realizado o tratamento para o tornozelo frouxo, além de explicar as causas, sintomas e o diagnóstico dessa condição.
O que é o tornozelo frouxo?
Tornozelo frouxo é o nome popular para a instabilidade crônica do tornozelo, um quadro caracterizado por falseios e falta de segurança para a realização de atividades, principalmente em terrenos irregulares. Vários motivos podem provocar a diminuição da estabilidade da articulação do tornozelo, o que pode facilitar a ocorrência de entorses de repetição e lesões na região.
Causas e fatores de risco do tornozelo frouxo
Existem várias causas para a instabilidade crônica do tornozelo, que vão desde fatores congênitos, quando a pessoa já nasce com um quadro de hiperfrouxidão ligamentar, até algumas deformidades do pé. Uma das mais importantes nesse sentido é o pé cavo varo, que pode aumentar o risco de entorses de repetição, um dos fatores que mais contribuem para a instabilidade do tornozelo.
A principal causa para a instabilidade crônica é a existência de lesões ligamentares não diagnosticadas ou não tratadas. A falta do tratamento adequado provoca uma cicatrização inadequada, comprometendo a estabilidade do tornozelo, o que aumenta o risco de novos entorses. A cada entorse, os ligamentos se tornam ainda mais frágeis e menos eficazes em estabilizar o tornozelo, o que gera um círculo vicioso que culmina com a instabilidade crônica do tornozelo.
Existem ainda as causas de origem funcional, em que a instabilidade está relacionada a alterações no controle neuromuscular. Nesse caso, não há alteração mecânica significativa na articulação, mas, sim, a falta de sintonia do cérebro sobre a autopercepção de equilíbrio da pessoa.
Sinais e sintomas do tornozelo frouxo
O tratamento para o tornozelo frouxo é capaz de restaurar a estabilidade e segurança da pessoa para atividades do dia a dia. Mas, para isso, o diagnóstico correto da condição é necessário. Os principais sinais são:
- Sensação de falseio ou instabilidade ao caminhar ou correr, caracterizado pela falta de segurança em apoiar o pé no chão, principalmente em terrenos irregulares;
- Dor no tornozelo ocasionada por alterações nos ligamentos, por lesões associadas ou pela própria instabilidade;
- Hipermobilidade do tornozelo sentida pelo próprio paciente;
- Múltiplos entorses do tornozelo, frequentemente em situações aparentemente banais.
Como o diagnóstico é feito?
O diagnóstico para o tratamento do tornozelo frouxo é essencialmente clínico, feito por meio de exame físico, no qual o ortopedista especialista em pé e tornozelo consegue notar a diferença ao comparar o tornozelo normal com o afetado. Um dos exames mais utilizados para comprovar essa instabilidade é o teste da gaveta anterior, em que o médico estabiliza, com uma das mãos, o osso da perna, a tíbia, e com a outra mão traz o pé para a frente. Se houver frouxidão nesse movimento, é um sinal de que o tornozelo apresenta uma instabilidade mecânica.
Os exames de imagem, principalmente a ressonância magnética, podem ser úteis para avaliar a presença de lesões associadas a entorses de repetição, o que contribui para o direcionamento adequado do tratamento para o tornozelo frouxo.
Qual o tratamento para o tornozelo frouxo?
O tratamento para o tornozelo frouxo feito de forma adequada é fundamental para evitar o agravamento do quadro e pode ser feito de modo conservador (não cirúrgico) ou cirúrgico, a depender da gravidade do caso.
Tratamento conservador
De modo geral, nos casos de instabilidade funcional, a fisioterapia é muito eficiente para restabelecer a autopercepção de equilíbrio, levando a uma melhora dos sintomas e restabelecimento da qualidade de vida. Já nos casos de instabilidade mecânica grave, a fisioterapia pode ser capaz de aliviar os sintomas a partir do fortalecimento da musculatura do tornozelo, porém não é eficaz na resolução completa da instabilidade mecânica do tornozelo.
Tratamento cirúrgico
O tratamento para o tornozelo frouxo, feito cirurgicamente, é indicado especialmente para quadros graves de instabilidade mecânica, com frouxidão ligamentar significativa e entorses de repetição sem controle adequado com tratamento não cirúrgico.
A artroscopia é uma técnica minimamente invasiva altamente eficaz para o tratamento da instabilidade crônica do tornozelo. O procedimento é realizado por meio de duas pequenas incisões, através das quais são introduzidos uma câmera de vídeo e instrumentos cirúrgicos específicos. Essa abordagem permite uma visualização detalhada das estruturas internas do tornozelo, possibilitando a limpeza das articulações, o reparo ligamentar e o tratamento de lesões associadas, como lesões osteocondrais do tálus.
Em casos de instabilidade mais grave, em que há um comprometimento significativo dos ligamentos, pode ser necessário um reforço adicional. Nessa situação, realiza-se uma pequena incisão complementar para a inserção de uma fita sintética, que reforça o reparo ligamentar, oferecendo maior estabilidade e reduzindo o risco de recorrência da instabilidade.
Essa abordagem pouco invasiva favorece uma recuperação mais rápida, com e um retorno mais seguro às atividades diárias e esportivas.
Qual médico realiza o tratamento para o tornozelo frouxo?
O médico ortopedista especialista em pé e tornozelo é o profissional mais indicado para realizar o tratamento para o tornozelo frouxo. O Dr. Guilherme Honda é membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé, tendo realizado faculdade, residência médica e especialização em Pé e Tornozelo no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, além de especialização de 1 ano no exterior.
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Fontes:
Dr. Guilherme Honda