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Hálux rígido: o que é, sintomas e tratamentos

Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

Degeneração da articulação do dedão do pé pode causar dor incapacitante e dificuldade na mobilidade 

O hálux rígido, também chamado de artrose metatarsofalangeana do hálux, é o nome que se dá à degeneração da cartilagem da maior articulação do dedão do pé, causando sintomas como dor e rigidez. O problema pode aparecer em um ou ambos os pés, e é mais comum em pessoas do sexo feminino com mais de 50 anos. Nessa faixa etária, a doença pode acometer até 2,5% dos indivíduos. Ainda assim, o hálux rígido pode atingir pessoas nas mais diversas faixas etárias.

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Apesar de se desenvolver como uma degeneração da cartilagem no dedão, o hálux rígido não está necessariamente ligado ao desgaste pela idade, podendo ter origens traumáticas ou relacionadas a outras doenças do pé. Há casos, ainda, em que o problema não tem uma origem bem definida.

É comum que pessoas com hálux rígido só procurem tratamento quando a doença já está em estágios avançados e os sintomas já são capazes de comprometer significativamente a capacidade de realizar as mais simples atividades.
Figura demonstrando a articulação metatarso falangeana do hálux

Quais as causas do hálux rígido?

As causas exatas do hálux rígido não são bem estabelecidas na literatura científica, porém acredita-se que diversos fatores podem, individualmente ou em conjunto, levar ao surgimento do hálux rígido:

  • Fatores genéticos;
  • Alterações anatômicas da estrutura óssea do pé;
  • Hipermobilidade do primeiro raio do pé;
  • Contratura da panturrilha;
  • Causas traumáticas de evento único (quando houve um trauma na cartilagem);
  • Causas traumáticas de esforço constante (relacionadas a hábitos de repetição que levam ao desgaste, como prática intensa de determinados esportes ou relacionadas à ocupação da pessoa).
  • Uso de calçados inadequados que exerçam pressão sobre a articulação do dedão, como os saltos altos;
  • Joanete (hálux valgo);
  • Causas idiopáticas (sem causa definida).

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Quais são os primeiros sinais e sintomas?

O primeiro sinal do hálux rígido é uma dor que se manifesta ao realizar movimentos e atividades mais intensas. Inicialmente, não há dificuldades relativas à mobilidade do dedo. Muitos pacientes, nesse período, não procuram atendimento médico.

À medida que o tempo passa, a mobilidade fica cada vez mais comprometida enquanto a dor se torna mais frequente. Isso ocorre porque uma pequena protuberância óssea surge sobre o metatarso, chamada de osteófito dorsal, que além de limitar a mobilidade do dedo também causa inflamação e inchaço — que algumas pessoas podem confundir com o hálux valgo (joanete).

Posteriormente, a artrose no dedão se torna cada vez mais difusa, fazendo com que a rigidez piore progressivamente e a dor se torne incapacitante, afetando qualquer tentativa de movimento ou uso de calçados inapropriados. Diversos pacientes chegam a esse estágio por não procurarem tratamento adequado precocemente.

Como é feito o diagnóstico do hálux rígido?

No consultório, o médico ortopedista fará uma análise da história do paciente e um exame físico para avaliar as estruturas do pé e suas capacidades biomecânicas. Ao suspeitar da presença de hálux rígido, podem ser solicitados exames de imagem que confirmem o diagnóstico.

Por meio de uma radiografia, em geral é possível ver o osteófito sobre o metatarso e, em estágios mais avançados, a própria degeneração da articulação é visível. Em casos iniciais em que se suspeita da presença de hálux rígido, pode ser solicitado um exame de ressonância magnética ou tomografia computadorizada, que consegue detectar o começo da artrose no dedão antes dela ser visível em radiografias.

Qual o tratamento para o hálux rígido?

O tratamento conservador é uma indicação muito comum nos estágios iniciais do hálux rígido. É recomendado o uso de calçados amplos na frente e de solado firme, que permitam que o pé permaneça confortável e tocando uniformemente o chão. Medicações anti-inflamatórias e analgésicas podem ser prescritas para amenizar os sintomas de dor e inflamação.

Outra opção de tratamento conservador inclui a infiltração articular com medicamentos como corticoide ou ácido hialurônico. Ela pode ser capaz de aliviar os sintomas por um certo período, geralmente maior que o obtido por medicamentos orais.

Todos os tratamentos conservadores têm finalidade paliativa, ou seja, de reduzir o impacto dos sintomas. Por ser uma degeneração da articulação, o hálux rígido não tem cura definitiva. Sendo assim, não existe nenhum tratamento conservador capaz de fazer com que a cartilagem se regenere.

Dessa forma, é possível que, por mais que os sintomas desapareçam por um período, eles retornem posteriormente. Com isso, uma nova avaliação médica se faz necessária, e o tratamento cirúrgico pode ser indicado em alguns casos.

Tratamento cirúrgico

A indicação de tratamento cirúrgico para o hálux rígido ocorre quando os tratamentos conservadores não são capazes de aliviar os sintomas causados pelo avanço da degeneração.

As cirurgias são eficazes no alívio de dor e melhora da qualidade de vida das pessoas, ainda que nem sempre representem a cura definitiva do problema. As técnicas mais utilizadas e bem estabelecidas são a queilectomia e a artrodese.

Queilectomia

A queilectomia é uma técnica de remoção do osteófito que se forma sobre o metatarso. Dessa forma, há melhora dos sintomas, principalmente aqueles relacionados à amplitude de movimento e à dor. Ao proporcionar uma melhora na mecânica da articulação, em alguns casos a queilectomia também pode prevenir a progressão da doença.
Radiografia demonstrando osteófito dorsal no metatarso (seta azul) e o corte realizado na queilectomia (linha vermelha)

O procedimento de queilectomia é vantajoso principalmente em estágios não-avançados do hálux rígido. Quando bem indicada, é capaz de manter a articulação preservada sem prejudicar a mobilidade articular e aliviando as dores do paciente.

O procedimento de Moberg, onde se realiza um corte ósseo na falange proximal do hálux para melhorar a mobilidade do dedão e descomprimir a articulação, também pode ser realizado associadamente a queilectomia, em casos selecionados.

Artrodese

A artrodese da articulação metatarsofalangeana é recomendada em casos graves, quando há grande comprometimento articular pela degeneração da cartilagem. A cirurgia se caracteriza pela remoção das cartilagens e fusão dos ossos da articulação metatarsofalangeana do hálux em uma única estrutura.

Com a artrodese, ocorre perda de grande parte da mobilidade do dedão. No entanto, esse é o procedimento mais eficiente em termos de alívio de dor, sendo esse alívio total em boa parte dos casos. A cirurgia sendo bem executada, a maioria das pessoas consegue caminhar sem dificuldades e sem mancar, ou até mesmo correr. No entanto, um alerta para as mulheres: após a artrodese do hálux, não é mais possível utilizar sapatos de salto alto.
Radiografia demonstrando artrodese da articulação metatarsofalangeana do hálux

Implante sintético

Cirurgia onde é colocado um pequeno implante sintético, similar a um silicone, na cabeça do metatarso. O intuito desse procedimento é criar um espaço na articulação e evitar o atrito excessivo causado pelo desgaste da cartilagem. Esse procedimento é relativamente recente e ainda não está bem estabelecido na literatura científica. Existem artigos demonstrando tanto bons como maus resultados após o uso do implante sintético. Por esse motivo, esse ainda não é um procedimento realizado rotineiramente, somente em casos selecionados.

Prótese do hálux

Procedimento onde colocam-se implantes metálicos para substituição da cartilagem afetada do dedão. Esse procedimento começou a ser realizado há muitos anos, não sendo demonstrados resultados satisfatórios com sua aplicação. Dessa forma, o Dr. Guilherme não indica esse tipo de procedimento em nenhuma situação de hálux rígido.

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Fontes:

Shurnas PS. Hallux Rigidus: Etiology, Biomechanics, and Nonoperative Treatment. Foot Ankle Clin. 2009.

Dr. Guilherme Honda Saito

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