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Lesão de Lisfranc

Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

Lesão na articulação de Lisfranc pode comprometer a estabilidade do pé e causar muitas dores na região

A Lesão de Lisfranc acomete uma parte importante do pé, que faz a conexão do mediopé com o antepé, ou seja, um conjunto de articulações que fazem a ligação da parte mais de trás com a parte da frente do pé.

Neste conteúdo, conheça mais sobre a lesão de Lisfranc, suas causas, sintomas e tipos de tratamento disponíveis. Acompanhe.

O que é articulação de Lisfranc?

Como dito, a articulação de Lisfranc é a parte do pé que liga o mediopé com o antepé. Uma estrutura composta por cinco articulações que ligam os ossos do meio do pé — ossos cuneiformes e o cuboide — com os ossos metatarsos. Essa transição entre esses ossos é chamada de articulação de Lisfranc. A articulação é formada também por uma série de ligamentos, responsáveis por oferecer estabilidade e sustentação ao pé.

O que define uma lesão de Lisfranc?

A lesão de Lisfranc pode ser definida como uma lesão ligamentar e/ou fratura que acometa a articulação tarsometatársica. Essas lesões podem ser tanto ósseas (fraturas nos ossos da articulação) como ligamentares (ligamentos que estabilizam a articulação), além de mistas com lesões ligamentares e fraturas ósseas associadas.

A gravidade da lesão vai depender do grau de acometimento dos ligamentos afetados e se houve ou não fraturas e luxações associadas. Como a articulação de Lisfranc é muito demandada durante a mecânica de marcha do pé, uma lesão dessa articulação pode causar repercussões extremamente limitantes para as atividades diárias do paciente.

Caso não seja devidamente tratada ou em casos graves, a lesão de Lisfranc pode se agravar para uma artrose e deformidade progressiva do pé.

Causas da lesão de Lisfranc

As fraturas de Lisfranc ocorrem com relativa frequência, podendo ser causadas de forma indireta e direta. O primeiro caso é mais comum e ocorre quando o pé trava e o corpo continua em movimento, ocasionando o rompimento dos ligamentos e a desestabilização dos ossos da articulação.

A lesão de Lisfranc causada de forma indireta acontece muito durante práticas esportivas, como jogos de futebol e vôlei, mas pode ser causada também por entorses ao caminhar.

A outra forma é o trauma direto, como quando algo pesado cai sobre o pé ou quando há uma colisão do pé com uma superfície dura.

Não é incomum que a lesão de Lisfranc seja, às vezes, confundida com uma simples entorse do pé, infelizmente muitas vezes não recebendo a devida atenção no primeiro atendimento.

Principais sintomas da lesão de Lisfranc

Os sintomas podem variar de acordo com a gravidade da lesão de Lisfranc, mas, no geral, são observados os seguintes sintomas:

  • Dor;
  • Inchaço no no peito do pé;
  • Equimoses (manchas arroxeadas na planta do pé, bem embaixo da articulação);
  • Deformidades no pé em casos mais graves.

Ao se notar os sintomas acima após um trauma ou entorse do pé, é necessária uma investigação para avaliação de uma possível lesão de Lisfranc. O mais indicado é procurar um ortopedista imediatamente para investigação do quadro.

Como é realizado o diagnóstico?

Ao se analisar a história clínica, juntamente com o exame clínico, o médico ortopedista pode diagnosticar a lesão de Lisfranc, que será confirmada com exames de imagem, como radiografia, tomografia e ressonância magnética.

Nem sempre a lesão é visível nas radiografias convencionais, motivo pelo qual infelizmente a lesão frequentemente não é diagnosticada. É necessário um profissional qualificado para suspeitar e realizar o diagnóstico dessas lesões.

A radiografia deve ser feita com carga dos dois pés, com o paciente pisando no chão. Assim, é possível comparar o pé lesado com o pé saudável para notar se há alguma diferença nas articulações entre um pé e outro. Esse procedimento com carga é importante, pois há casos em que a instabilidade articular só é visível após se realizar essa sobrecarga sobre as articulações.

A tomografia pode ser necessária para ajudar na visualização do alinhamento articular e verificar se existem outras fraturas associadas que porventura não tenham aparecido no raio-X. Já a ressonância pode ser útil para a avaliação das estruturas ligamentares da articulação de Lisfranc. Nesse exame, é possível ver a lesão dos ligamentos, especialmente do ligamento de Lisfranc, que liga a cunha medial ao segundo metatarso.

Quais são os possíveis tratamentos?

Em casos mais leves de lesão de Lisfranc, quando não há desvios articulares ou fraturas que causem instabilidades articulares, o tratamento pode ser feito de modo conservador, com repouso, uso de uma bota imobilizadora e eventualmente fisioterapia.

Quando houver qualquer tipo de lesão, seja ligamentar ou óssea, que cause instabilidade na articulação de Lisfranc, o tratamento cirúrgico é a melhor opção. A cirurgia tem o objetivo de reposicionar e realinhar os ossos e fixá-los na posição correta com parafusos ou placas, permitindo a cicatrização dos ligamentos na posição adequada.

Pelo fato de ser uma lesão que acomete as superfícies articulares e consequentemente a cartilagem articular, a depender da gravidade da lesão o paciente com lesão de Lisfranc pode apresentar dor residual ou limitações, mesmo tendo realizado o tratamento correto. Uma das principais complicações que podem ocorrer após esse tipo de lesão é a artrose pós traumática.

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Fontes:

Dr. Guilherme Honda

Honda Saito, Guilherme. EPIDEMIOLOGICAL STUDY ON LISFRANC INJURIES. Acta Ortop Bras. 2017 Jan-Feb;25(1):44-47.

Briceno J, Leucht AK, Younger A, Veljkovic A. Subtle Lisfranc Injuries: Fix It, Fuse It, or Bridge It? Foot Ankle Clin. 2020 Dec;25(4):711-726.

DeOrio M, Erickson M, Usuelli FG, Easley M. Lisfranc injuries in sport. Foot Ankle Clin. 2009 Jun;14(2):169-86.

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