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Pé chato em crianças

Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

Conheça quais as características dessa condição e quais os tipos de tratamentos existentes para corrigir o problema

 O pé chato em crianças é uma situação muito comum, afetando principalmente as crianças até os 6 anos de idade. Na maioria das vezes esse problema não requer tratamento, pois com o crescimento forma-se o arco plantar, não havendo a necessidade de nenhum tipo de calçado ortopédico ou palmilha.

No entanto, algumas vezes o pé chato em crianças acaba se mantendo persistente mesmo na fase adulta dos pacientes. O problema é facilmente identificável ao se observar que toda a planta do pé encosta no chão.

A condição normalmente é percebida quando começa a causar sintomas, como dor no pé devido ao desbalanço mecânico do pé. Em casos de dor persistente, deformidades graves ou de um pé plano rígido, pode ser necessário que o médico ortopedista recomende um tratamento para corrigir a situação e aliviar os incômodos.

Principais sintomas do pé chato em crianças

Conforme mencionado, na maioria dos casos, não traz nenhum sintoma. No entanto, algumas crianças podem apresentar desconforto. A dor é o principal sinal. Neste caso, a melhor orientação é buscar um médico para buscar uma avaliação técnica.

Quais são as possíveis causas do pé chato?

É preciso entender que o pé chato em crianças é uma condição normal e que geralmente está presente desde o nascimento, uma vez que o arco plantar comumente se desenvolve durante a infância. Todavia, este desenvolvimento pode não ocorrer em algumas crianças.

O pé plano valgo flexível é o principal tipo de pé chato em crianças. Nesse tipo de pé chato, não há nenhuma anormalidade óssea ou biomecânica no pé da criança. São pés que apesar de não apresentarem o arco plantar, funcionam normalmente. Na maioria dos casos, esse tipo de pé não causa sintomas, não necessitando de tratamento. No entanto, o pé chato pode vir acompanhado ou ser causado por outras anormalidades músculo-esqueléticas, tais como:

  • Barras ósseas (coalizões tarsais);
  • Navicular acessório (osso extra presente no pé)
  • Doenças congênitas;
  • Hiperfrouxidão ligamentar;
  • Doenças reumatológicas;
  • Doenças neuro-musculares

Como diagnosticar o pé chato em crianças?

Quando a deformidade é grave ou causa sintomas, o pé chato em crianças deve ser sempre avaliado por um ortopedista especialista. A avaliação é importante na diferenciação entre o pé plano flexível e o pé plano rígido, onde há algum problema subjacente causando a deformidade, que necessita de tratamento. Nesses casos, exames adicionais podem ser necessários para identificação da causa do problema, tais como radiografias, tomografias computadorizadas ou exames de sangue.

Potenciais complicações

É preciso estar atento às possíveis complicações que essa condição pode trazer. O arco do pé tem como função amortecer a pressão que o corpo exerce sobre os membros inferiores ao caminhar.

Assim sendo, quando um paciente não apresenta um arco bem formado, pode apresentar alterações de marcha, que podem levar a sobrecarga mecânica de articulações do pé ou mesmo de outras articulações, como o joelho ou quadris. Em casos de deformidades graves, os ligamentos também podem ser sobrecarregados. Esses desbalanços mecânicos podem naturalmente levar a quadros de dor e limitação de atividades para a criança.

Como é feito o tratamento conservador?

Na maioria dos casos o pé chato em crianças não requer tratamento, pois o arco se forma no decorrer do desenvolvimento. Mesmo nos casos em que o arco não se forma, e a criança se torna um adulto com pé chato, o pé plano flexível não costuma causar limitações. No entanto, quando há registro de dor persistente, o médico pode recomendar alguns tipos de tratamento, como o uso de calçados específicos ou de palmilhas apropriadas.

Também podem ser indicadas sessões de exercícios para os pés chatos em crianças, realizados de 2 a 3 vezes por semana. Esses exercícios podem ser realizados pelo próprio paciente em casa após orientação do especialista, ou através de acompanhamento de um fisioterapeuta.

Os principais exercícios a serem realizados em casa são os alongamento de cadeia posterior e o fortalecimento da musculatura plantar do pé, conforme já explicado em post anterior, que pode ser visualizado aqui.

Quando o tratamento conservador não surte o efeito desejado e o paciente mantém os sintomas dolorosos, o médico ortopedista pode indicar uma cirurgia para a correção do pé chato em crianças.

Cirurgia do pé chato em crianças: Artrorrise

A cirurgia do pé chato em crianças é indicada para casos de deformidades graves ou com dores persistentes, não responsivas ao tratamento conservador. Antigamente, eram necessárias cirurgias agressivas para correção do pé plano em crianças, que envolviam diversos cortes ósseos para reconstrução do pé da criança.

Atualmente, com o avanço da medicina, a maior parte dos pés planos flexíveis graves podem ser tratados com um procedimento moderno e pouco invasivo chamado Artrorrise. Nesse procedimento, através de  um pequeno corte de cerca de 1cm, coloca-se um pequeno implante na articulação do paciente. Esse implante é capaz não só de corrigir a deformidade do pé, como permitir o remodelamento ósseo do pé do paciente durante seu desenvolvimento esquelético.

Dessa forma, mesmo que no futuro o implante seja retirado, o pé do indivíduo terá adquirido um formato sem deformidades significativas. Por esse motivo, esse procedimento tem melhores resultados quando realizado em crianças antes da sua maturação esquelética, em geral antes dos 14 anos. A cirurgia costuma levar menos de 30 minutos e tem baixo risco de complicações.

Nos casos de pés planos rígidos ou pés planos associados a outras patologias, a correção da deformidade do pé deve ser associada ao tratamento do problema específico. Por exemplo, no caso de presença de barras ósseas, essas podem ser removidas durante o procedimento. Pacientes com navicular acessório também podem necessitar de ressecção do osso extra durante o procedimento.

 

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Radiografia do procedimento de Artrorrise

Fontes:

Saito, Guilherme Honda, et al. Subluxation of the Middle Facet of the Subtalar Joint as a Marker of Peritalar Subluxation in Adult Acquired Flatfoot Deformity: A Case-Control Study. J Bone and Joint Surgery – Am 2019.

Saito, Guilherme Honda et al. Combined weightbearing CT and MRI assessment of flexible progressive collapsing foot deformity. Foot Ankle Surg. 2020.

Okamura K et al. Effects of plantar intrinsic foot muscle strengthening exercise on static and dynamic foot kinematics: A pilot randomized controlled single-blind trial in individuals with pes planus. Gait Posture. 2020.

Ford SE, Scannell BP. Pediatric Flatfoot: Pearls and Pitfalls. Foot Ankle Clin. 2017.

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