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Fascite plantar: o que é, suas causas e sintomas

Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

Problema surge em homens e mulheres de todas as idades e pode ter como causas diversos fatores    

A fascite plantar, ou fasceíte plantar, é uma inflamação que acomete a fáscia plantar, um tecido fibroso e espesso que se situa na sola dos pés, se estendendo do calcanhar até os dedos. Esse tecido é recoberto por uma camada de gordura que é responsável por absorver choques causados pelo contato dos pés com o chão.

A inflamação ocorre quando há sobrecarga na região. Quando essa inflamação se torna crônica, pode levar ao crescimento de ossos na base do calcanhar, conhecidos como esporões, o nome popular da fascite plantar.

A fascite plantar é a causa mais comum de dores no calcanhar e estima-se que a condição afete entre 3 e 7% da população. A doença acomete homens e mulheres de maneira similar. Pessoas de todas as idades podem desenvolver esse quadro, porém a incidência da doença aumenta a partir dos 40 anos. De acordo com estudos científicos, cerca de 1 em cada 10 pessoas apresentará fascite plantar em algum momento da vida.

Na maioria dos casos, ela se manifesta em apenas um calcanhar. O acometimento simultâneo de ambos os pés pode ocorrer em até 30% dos casos. No entanto, dores no calcanhar acometendo ambos os pés, associadas a dores em outras articulações, devem levantar suspeitas para doenças reumatológicas.

O que causa a fascite plantar?

Existem alguns fatores de risco que podem favorecer o aparecimento da fascite plantar. Entre eles, podemos destacar:

  • Falta de alongamento;
  • Obesidade: pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC) maior que 30 kg/m2 são mais propensas a desenvolver a fascite plantar;
  • Prática de atividades físicas de impacto, como correr, saltar, dançar;
  • Permanecer longos períodos em pé;
  • Envelhecimento;
  • Uso de sapatos inadequados;
  • Pé cavo, plano ou padrões anômalos de marcha;
  • Diminuição da mobilidade do tornozelo;
  • Doenças inflamatórias sistêmicas.

Quais os sintomas da fascite plantar?

O principal sintoma da fascite plantar é a dor no calcanhar, em forma de “pontada”. Em geral, a dor fica restrita à região, ou seja, ela não irradia para outros locais do corpo. Ela costuma surgir nos primeiros passos pela manhã após acordar, ou ao se levantar após longos períodos sentado.

Depois dos primeiros passos, a dor da fascite plantar tende a se aliviar gradualmente. Porém, ela pode ser agravada em algumas situações, como ao subir escadas, caminhar muito, ficar de pé por períodos mais longos, ou mesmo quando há repouso muito prolongado.

O paciente pode, ainda, em alguns casos, perceber um leve inchaço no calcanhar, sensação de ardência ou queimação na sola do pé.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da fascite plantar é feito pelo médico ortopedista com base na história clínica e no exame físico do paciente. O especialista também pode solicitar alguns exames para maior precisão no diagnóstico. Os principais exames são:

  • Radiografia do pé: capaz de detectar a presença de “esporão”;
  • Ultrassonografia: capaz de detectar o espessamento da fáscia plantar que ocorre na doença;
  • Ressonância magnética: além de visualizar com clareza alterações na fáscia plantar, ela também avalia a presença de outras patologias, como fraturas por estresse. É o método mais preciso para diagnóstico da fascite plantar;
  • Eletroneuromiografia: utilizado apenas quando há suspeita de compressões de nervos ou outras patologias que envolvam os nervos periféricos.

Quais os diagnósticos diferenciais da fascite plantar?

Sem dúvida, a fascite plantar é a principal causa de dores no calcanhar. No entanto, diversas outras patologias podem se manifestar com dores semelhantes, podendo se confundir com a fascite plantar. As principais são:

  • Fratura por estresse do calcâneo;
  • Doenças reumatológicas, como a espondiloartrite periférica;
  • Compressões de nervos no calcanhar;
  • Compressões nervosas na coluna lombar;
  • Neuropatia periférica (doença dos nervos), observada principalmente em diabéticos graves;
  • Atrofia do coxim gorduroso do calcanhar.

Quais os tratamentos para a fascite plantar?

Existem algumas opções de tratamento para a fascite plantar, que variam conforme o grau da doença e o incômodo causado ao paciente. A doença evolui de maneira favorável na maioria dos casos — estimativas apontam que cerca de 90% dos pacientes melhoram nos primeiros dois meses de tratamento.

Porém,  os sintomas podem persistir durante um período mais prolongado. Por isso, é importante que o tratamento definido pelo médico ortopedista seja seguido corretamente, a fim de se evitar que a fascite plantar evolua para uma dor crônica.

Entre os principais tratamentos para fascite plantar, podemos destacar:

  • Alongamento da cadeia posterior com exercícios específicos;
  • Fisioterapia: exercícios de alongamento da fáscia plantar e da cadeia posterior e liberação miofascial;
  • Uso de calçados adequados: calçados de solado rígido, com pouca flexibilidade, previnem o alongamento excessivo da fáscia plantar, evitando sua inflamação;
  • Liberação da fáscia plantar através de manipulação e massagem no calcanhar;
  • Terapia por ondas de choque: pode ser indicada para casos de fascite plantar que não responderam adequadamente aos métodos iniciais;
  • Uso de órteses que mantenham o pé em dorsiflexão: tratamento alternativo que mantém a fáscia alongada durante à noite, prevenindo o estiramento brusco da fáscia ao se levantar;
  • Uso de saltos no calcanhar a fim de se elevar o calcanhar e relaxar a fáscia plantar;
  • Alterações no estilo de vida: em pacientes obesos, a perda de peso diminui a sobrecarga na fáscia plantar, melhorando os sintomas da fascite;
  • Repouso e limitação de atividades físicas de impacto;
  • Aplicação de compressas frias ou gelo: pode ser feita quando a fascite plantar está em sua fase aguda, a fim de diminuir o processo inflamatório. Na fase crônica, o ideal é a aplicação de calor, que ajuda no relaxamento dos músculos e da fáscia plantar;
  • Uso de palmilha ortopédica: em casos de deformidade dos pés, pode auxiliar no balanceamento da marcha e diminuição da sobrecarga na fáscia plantar;
  • Uso de medicamentos anti-inflamatórios não esteroides: tratamento paliativo que tem como objetivo aliviar os sintomas dolorosos e reduzir a inflamação da fáscia plantar;
  • Infiltração da fáscia com corticoide;
  • Cirurgia: raramente indicada, apenas quando o tratamento conservador não demonstrou resultados.

Como é a cirurgia?

O tratamento cirúrgico da fascite plantar é raramente indicado, sendo necessário apenas quando todos os tratamentos conservadores, tentados exaustivamente, não obtiveram o resultado desejado. O procedimento, chamado de fasciotomia plantar, consiste na liberação de parte das fibras da fáscia. Com isso o excesso de tensão existente na origem da fáscia plantar se dissipa, aliviando a inflamação e as dores.

No entanto, a taxa de sucesso desse tipo de procedimento é limitado (alguns estudos demonstram taxas de sucesso de apenas 50%). Além disso, esse procedimento oferece o risco de lesões de nervos e de deformidades do pé devido à perda de sustentação da fáscia plantar.

Na vigência de dores no calcanhar, é fundamental a avaliação de um médico especialista para diagnóstico adequado, uma vez que os sintomas da fascite plantar podem se confundir com o de diversas outras doenças.

Agende sua consulta com o Dr. Guilherme Honda para diagnóstico e tratamento adequados do seu problema!

 

Fontes:

Neufeld SK, Cerrato R. Plantar fasciitis: Evaluation and treatment. Journal of the American Academy of Orthopaedic Surgeons. 2008

DiGiovanni BF et al. Tissue specific plantar fascia stretching enhances outcomes chronic heel pain. Journal Of Bone and Joint Surgery. 2003.

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