Sintomas da artrose no tornozelo

Dor e limitação dos movimentos são algumas das consequências da artrose no tornozelo

A artrose é caracterizada pela perda da cartilagem articular do tornozelo. A cartilagem articular é um tecido que reveste os ossos da articulação, cujo papel é evitar o atrito entre os ossos e garantir um movimento fluido no tornozelo. O processo de desgaste dessa estrutura provoca alterações nos tecidos articulares, levando à formação de osteófitos, cistos e diminuição do espaço articular.

Todas essas alterações causam dor, inchaço e perda de mobilidade na região, alguns dos principais sintomas da artrose no tornozelo. Como o tornozelo sustenta o peso do corpo, a artrose no tornozelo pode ser extremamente incapacitante para o paciente, se não houver o tratamento adequado. Veja mais sobre os sintomas da artrose no tornozelo a seguir.

Principais sintomas da artrose no tornozelo

A dor é o principal sintoma da artrose no tornozelo, especialmente durante a carga ao apoiar o pé no chão. Em casos mais leves, as dores ocorrem só durante a prática de atividades físicas mais intensas. Porém, conforme a artrose progride, essas dores podem ser sentidas até nas atividades mais simples do cotidiano. Nos casos graves de artrose no tornozelo, os pacientes têm muita dificuldade e dor até mesmo para caminhar em pisos planos.

Outro sintoma característico dessa condição é o inchaço na região do tornozelo, podendo variar ao longo do dia conforme a pessoa força a articulação. Há casos graves de artrose em que o tornozelo está permanentemente inchado.

A perda de mobilidade é mais um dos sintomas da artrose no tornozelo, principalmente em casos mais graves. Isso porque o tornozelo é a articulação responsável pelo movimento de dorsiflexão — que consiste em levantar o pé ao dar um passo — e flexão plantar (movimento que mobiliza o pé para baixo com o objetivo de apoiar o peso do corpo na ponta dos pés).

O que pode causar a artrose no tornozelo?

A causa mais comum para o surgimento da artrose é o que chamamos de artrose pós-traumática. O desgaste articular acontece devido a lesões que o paciente sofreu em algum momento, como, por exemplo:

• Fraturas no tornozelo podem evoluir para uma artrose por diferentes motivos, seja porque a lesão foi muito grave, porque o tornozelo não ficou bem alinhado depois da fratura ou pelo fato de ter havido lesão direta da cartilagem no trauma;
• Lesões ligamentares repetitivas que causam instabilidade crônica do tornozelo em longo prazo;
• Fraturas do pilão tibial ou do tálus.

A artrose também pode ser secundária a doenças inflamatórias ou reumatológicas, principalmente a artrite reumatoide. Outras doenças que podem causar artrose no tornozelo são a gota, espondiloartrite e hemofilia.

Por fim, existe também a artrose primária que ocorre pelo desgaste natural da articulação devido ao envelhecimento ou predisposição genética.

Como é feito o tratamento?

Para aliviar os sintomas da artrose no tornozelo, há duas opções de tratamentos: conservador e cirúrgico. Os casos mais leves, ou quando o paciente apresenta poucos sintomas da artrose no tornozelo, podem ser tratados por meio de:

• Ajuste de calçados;
• Medicações analgésicas e anti-inflamatórias;
• Fisioterapia;
• Adequação de atividades do paciente;
• Infiltração com ácido hialurônico.

Quando essas opções não surtem o efeito esperado, o tratamento cirúrgico pode ser considerado. As principais modalidades cirúrgicas são a artrodese e a artroplastia total do tornozelo.

A técnica da artrodese realiza a fusão do osso do pé (tálus) com o osso da perna (tíbia), com o objetivo de cessar o atrito entre os ossos e aliviar as dores. Em contrapartida, esse procedimento deixa o paciente sem mobilidade da articulação, pois o tornozelo se torna rígido.

A artroplastia total do tornozelo (prótese) tem como vantagem substituir a cartilagem lesada por componentes metálicos que se articulam entre si. A técnica proporciona alívio das dores e dos outros sintomas da artrose no tornozelo, além de também ser capaz de preservar a mobilidade do tornozelo.

A desvantagem é que a prótese pode se desgastar com o tempo. Em média, 15% dos pacientes precisam trocar a prótese após 9 anos da realização do procedimento.

Atualmente, a artroplastia total do tornozelo é um procedimento muito bem estabelecido mundialmente, realizado em escala global com excelentes resultados demonstrados em centenas de artigos científicos.

Por se tratar de uma técnica de alta complexidade, é fundamental que a artroplastia total do tornozelo seja feita por um médico especialista no procedimento. O Dr. Guilherme Honda é ortopedista especialista em pé e tornozelo e referência no Brasil em artroplastia total do tornozelo, tendo realizado 1 ano de especialização sobre o tema no Hospital for Special Surgery, em Nova Iorque, o mais renomado hospital ortopédico dos Estados Unidos.

Para mais informações sobre o assunto, agende uma consulta com o Dr. Guilherme Honda.

Fontes:

Honda Saito, Guilherme et al. Short-Term Complications, Reoperations, and Radiographic Outcomes of a New Fixed-Bearing Total Ankle Arthroplasty. Foot and Ankle International 2018.

Honda Saito, Guilherme et al. Total Ankle Replacement With Advanced Varus and Valgus Deformities. Techiniques in Foot and Ankle Surgery 2018.

Honda Saito, Guilherme et al. Influence of Tibial Component Position on Altered Kinematics Following Total Ankle Arthroplasty During Simulated Gait. Foot and Ankle International 2019.

Honda Saito, Guilherme et al. Accuracy of patient-specific instrumentation in total ankle arthroplasty: A comparative study. Foot and Ankle Surgery 2018.

Honda Saito, Guilherme et al. Cadaveric Gait Simulation of the Effect of Subtalar Arthrodesis on Total Ankle Replacement Kinematics. Foot Ankle International 2022.

Honda Saito, Guilherme. Sagittal Tibiotalar Alignment May Not Affect Functional Outcomes in Fixed-Bearing Total Ankle Replacement: A Retrospective Cohort Study. HSS J. 2020.

Honda Saito, Guilherme. Knee Kinetics and Kinematics in Patients With Ankle Arthroplasty and Ankle Arthrodesis. HSS J. 2022.