O paciente com problemas na articulação de Lisfranc pode ter dificuldades e limitações para diversos movimentos e atividades do dia a dia
Lisfranc é a articulação que liga, de um lado, os ossos cuneiformes e o cuboide, e, do outro lado, os cinco ossos metatarsos, sendo uma estrutura importante para a estabilidade do pé. A articulação de Lisfranc é composta por diversos ligamentos que oferecem estabilidade e sustentação ao pé.
Quero tratar a lesão de Lisfranc!
Portanto, qualquer lesão que comprometa essa articulação, seja ela ligamentar ou óssea, pode ser definida como lesão de Lisfranc. As lesões também podem ser mistas, com danos aos ligamentos e fraturas ósseas associadas. A lesão de Lisfranc abrange uma série de espectros de gravidade, que vão desde casos leves com tratamento simples até lesões mais complexas que, se não forem tratadas adequadamente, podem causar sequelas permanentes ao paciente, com dor e limitação funcional.
Por ser uma articulação fundamental para a estabilidade do pé, é importante conhecer quais são as causas da lesão de Lisfranc. Acompanhe!
Quais as causas da lesão de Lisfranc?
As causas das lesões de Lisfranc estão associadas aos mecanismos de trauma, isto é, como elas foram ocasionadas. As lesões diretas ocorrem quando há um trauma direto na articulação, como durante impacto de objetos no pé, quedas de altura, acidentes automobilísticos ou outros traumas diretos. Essas causas da lesão de Lisfranc frequentemente, são traumas de alta energia. Dessa forma, podem se associar a lesões graves com fraturas ósseas, lesões ligamentares e deslocamento da articulação.
Já as causas da lesão de Lisfranc por mecanismo indireto geralmente estão ligadas a torções, como quando o pé trava e o corpo continua em movimento. Representam a causa mais comum de lesões de Lisfranc, estando bastante associadas a atividades esportivas, entorses simples ao caminhar ou até mesmo entorses pela utilização de calçados de salto alto. Apesar de geralmente representarem traumas de menor energia, também podem causar lesões graves que necessitam de intervenção imediata.
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Como é feito o diagnóstico da lesão?
O diagnóstico da lesão de Lisfranc é feito por meio do exame clínico, no qual o médico ortopedista analisa o local onde o paciente tem dor e, em casos mais graves, consegue até mesmo notar a instabilidade da articulação. Inchaço do pé e hematomas (manchas arroxeadas) na região também são comuns. A confirmação é feita por exames de imagem, sendo que o principal é a radiografia com carga comparativa entre os dois pés. Quando há instabilidade no pé lesado, é possível observar a diferença entre o alinhamento ósseo e a distância entre os ossos dos dois pés.
A ressonância magnética também é útil para visualizar lesões nos ligamentos e fraturas na articulação de Lisfranc. Por fim, a tomografia computadorizada é outro exame que pode auxiliar no diagnóstico de fraturas e avaliação do alinhamento das articulações da Lisfranc.
Quais são os possíveis tratamentos?
O tratamento pode variar de acordo com as causas da lesão de Lisfranc. Casos mais leves que não comprometam a estabilidade da articulação, como lesões ligamentares leves e até mesmo fraturas que não tenham desvio ósseo significativo ou incongruência articular, podem ser tratados sem a necessidade de cirurgia.
O tratamento conservador pode ser feito com:
- Repouso;
- Imobilização;
- Fisioterapia.
A cirurgia é recomendada quando existe instabilidade na articulação de Lisfranc, que pode ser notada por desvio ou afastamento dos ossos e/ou incongruência articular. O procedimento tem o objetivo de realizar o reposicionamento e a fixação dos ossos da articulação de Lisfranc, e pode ser feito de modo minimamente invasivo ou por cirurgia aberta tradicional, a depender da gravidade do caso.
Com relação à fixação, ela pode ser feita por parafusos ou através de suturas com o uso de botões intraósseos. Esse último representa uma técnica mais moderna e que vem sendo cada vez mais utilizada, onde dispositivos são passados através do osso e são capazes de comprimir um osso contra o outro para retomar a estabilidade da articulação.
Uma das vantagens desse tipo de fixação é que, na maioria dos casos, não há a necessidade de realização de uma nova cirurgia para retirada desses dispositivos, ao contrário de quando a fixação é feita por parafusos, que geralmente precisam ser retirados em uma cirurgia posterior.
Para saber mais sobre as causas da lesão de Lisfranc e outras informações sobre o tema, agende sua consulta com o Dr. Guilherme Honda.
Fontes:
Honda Saito, Guilherme. EPIDEMIOLOGICAL STUDY ON LISFRANC INJURIES. Acta Ortop Bras. 2017 Jan-Feb;25(1):44-47.
Carter TH, Heinz N, Duckworth AD, White TO, Amin AK. Management of Lisfranc Injuries: A Critical Analysis Review. JBJS Rev. 2023 Apr 4;11(4).