Lesões no tendão calcâneo são consideradas comuns em atletas amadores e profissionais, apesar de ocorrerem também em pessoas sedentárias durante atividades do cotidiano. Essas lesões estão diretamente associadas a movimentos chamados de contração excêntrica da panturrilha, ou seja, quando ocorre contração do tendão concomitantemente com seu alongamento. Esse tipo de movimento é muito comum em esportes como o futebol e basquete, quando freia-se bruscamente um movimento para trás com o pé. Além disso, o tecido pode sofrer desgaste relacionado ao envelhecimento, obesidade, uso de sapatos inadequados e até mesmo consumo de determinados medicamentos. Também podem ser apontadas como causas da ruptura de tendão de Aquiles:
- Quadros de tendinite de repetição;
- Presença de doenças como tendinopatias e diabetes;
- Sedentarismo;
- Falta de exercícios de alongamento e aquecimento adequados à atividade física praticada;
- Acidentes traumáticos, como quedas ou entorses.
- Uso de determinados medicamentos e substâncias, como antibióticos da classe quinolonas e anabolizantes
As lesões no tendão calcâneo podem ocorrer em qualquer parte da estrutura, mas na maioria dos casos encontra-se a uma distância de 2 a 6 centímetros de sua inserção no calcanhar.
Sintomas da ruptura do tendão calcâneo
Alguns dos principais sintomas característicos da ruptura do tendão de Aquiles são:
- Dor súbita e aguda na região da panturrilha ou atrás do tornozelo;
- Estalo, que pode ser acompanhado pela sensação de ter levado uma pedrada na região;
- Incapacidade de ficar na ponta dos pés e dificuldade para caminhar;
- Ao apalpar o tendão, pode ser possível observar sua descontinuidade, chamado de GAP tendíneo.
- Com o paciente de bruços e joelhos flexionados, ao pressionar-se a panturrilha não ocorre a resposta natural de movimentação do pé. Esse é o chamado Sinal de Thompson, e dá o diagnóstico definitivo de lesão completa do Aquiles
Curiosamente, em diversos casos o paciente não apresenta dor significativa após a lesão do Aquiles. Isso, na verdade representa um grande problema, pois pela ausência de dor muitos pacientes demoram para procurar atendimento médico, o que pode prejudicar o tratamento.
Diagnóstico e tratamento da lesão
O diagnóstico da lesão é feito basicamente a partir do exame físico. O sinal de Thompson positivo confirma o diagnóstico de lesão total do Aquiles. O ortopedista pode solicitar exames de imagem adicionais para verificar mais precisamente as características da lesão e a qualidade do tendão, para fins de planejamento terapêutico. Porém, o exame físico é suficiente para o diagnóstico preciso da patologia.
O objetivo do tratamento será sempre a recuperação das funções que foram comprometidas pela lesão. As duas opções terapêuticas possíveis são a abordagem conservadora ou cirúrgica, e a escolha entre uma e outra depende de fatores como a idade, condições clínicas do paciente, características da lesão e nível de atividade física praticada pelo indivíduo.
Alguns estudos1,2 demonstraram que pacientes que não são submetidos à cirurgia de ruptura do tendão de Aquiles estão mais sujeitos à recidivas da lesão e em alguns casos até mesmo a perda de força. Por isso, a abordagem conservadora requer cuidados e, normalmente, fica reservada para pacientes com alto risco cirúrgico e menor demanda física.
Fontes:
- Lantto, I., Heikkinen, J., Flinkkila, T., Ohtonen, P., Siira, P., Laine, V., & Leppilahti, J. (2016). A Prospective Randomized Trial Comparing Surgical and Nonsurgical Treatments of Acute Achilles Tendon Ruptures. The American Journal of Sports Medicine.
- Reda, Y., Farouk, A., Abdelmonem, I., & El Shazly, O. A. (2019). Surgical versus non-surgical treatment for acute Achilles’ tendon rupture. A systematic review of literature and meta-analysis. Foot and Ankle Surgery.